Diretor-executivo do Brasil no FMI participa de debate sobre Brics

Seminário ocorreu na terça e quarta-feiras (27 e 28/5) na Universidade de Brasília

Publicado em 29/05/2025 10h48 Atualizado em 29/05/2025 12h09

O Diretor-executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), Andre Roncaglia, participou, nesta quarta-feira (28/5), da sessão de encerramento do seminário Brics: Força Transformadora, coorganizado pela Secretaria de Assuntos Internacionais (Sain) do Ministério da Fazenda e pelo Instituto de Relações Internacionais (Irel) da Universidade de Brasília – UnB.  

A mesa de encerramento abordou o tema “Redesenhando o Sistema Econômico Global: Impacto nos Países em Desenvolvimento”. O evento ocorreu no Memorial Darcy Ribeiro, na UnB, na terça e quarta-feiras (27 e 28/5), e reuniu autoridades governamentais, especialistas do meio acadêmico e representantes da sociedade civil de diversos países que integram o agrupamento. 

“A interação com a sociedade civil é a parte mais importante de meu trabalho. Nossa ideia é pensar e atuar em como tornar o Fundo mais sensível às vozes e perspectivas do Sul Global. Tornar essas instituições dignas e aptas a oferecer um bem público global”, avaliou Roncaglia. O diretor-executivo disse que defende, nos espaços do FMI, a histórica posição do Brasil em favor de maior voz aos países em desenvolvimento: “Uma das contribuições do Brics é não pensar nessas instituições isoladamente, mas como sistema. Se não houve uma mudança na forma de atuação dessas instituições, irão surgir uma série de iniciativas”, esclareceu. “Neste ponto surgem uma série de possibilidades. Primeiro, preencher as lacunas do atual sistema. Criar capacidades de complementaridade”, complementou. 

Necessidade de Mudanças 

O tema da primeira sessão da quarta-feira, segundo dia do seminário, foi: “Reforma nos Sistemas Monetário e Financeiro Internacionais”. Segundo o subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda, Antonio Freitas, o agrupamento de países oferece um espaço privilegiado para que se debatam questões como a reforma das instituições financeiras internacionais. “Houve outros momentos na história mundial em que houve esforços de coordenação entre países em desenvolvimento, mas não havia o peso econômico que atualmente o grupamento adquiriu”, pontuou. 

A representante da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), Penelope Hawkings, também reforçou a necessidade de mudanças, apontando como os países em desenvolvimento, atingidos por crises em decorrência de dívidas soberanas, recebem tratamentos diferentes daqueles reservados a países desenvolvidos durante o pós-Segunda Guerra. “Uma das áreas mais importantes para avaliarmos a pertinência das instituições financeiras internacionais são as crises das dívidas soberanas dos países em desenvolvimento”, salientou. “É um indicador das falhas e insuficiências dessa arquitetura. Há um potencial real dos países do Brics utilizarem sua voz em defesa de reformas”, disse. 

Durante os debates realizados na quarta-feira, houve ainda uma sessão dedicada aos “Desafios para um Financiamento de Proteção Social Igualitário e Sustentável”, em que foram discutidas, entre outros, demandas de populações vulnerabilizadas, como atestou a participação da economista Clara Marinho: “As demandas das populações mais vulneráveis são invisíveis para o sistema político. Abrir espaço para a participação significa dar visibilidade para os problemas”, destacou. 

Durante os debates, o representante do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e responsável pela coordenação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, Renato Godinho, defendeu que o grupamento impulsione as discussões sobre ajuda internacional em um momento em que parece haver um refluxo internacional na área. “O Brics poderia impulsionar esse debate. Talvez seja preciso superar o conceito de ajuda e adotarmos o de financiamento internacional da proteção social, que seria uma outra maneira de ver a questão”, defendeu.

Fonte: https://www.gov.br/fazenda/pt-br/assuntos/noticias/2025/Maio/diretor-executivo-do-brasil-no-fmi-participa-de-debate-sobre-brics

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