Ministro se reuniu, nesta segunda-feira (2/12), com a Rosatom, maior empresa nuclear da Rússia, para a construção de parcerias.
– Foto: Tauan Alencar/MME
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem trabalhado para o fortalecimento da cadeia de energia nuclear no Brasil, avançando na elaboração de uma política para a mineração do urânio até a produção de pequenos reatores nucleares. O ministro acredita que o Brasil tem potencial para alcançar a terceira maior reserva de urânio no mundo.
Nesta segunda-feira (2/12), o ministro recebeu a diretoria da Rosatom, maior empresa nuclear da Rússia, e iniciou conversas para o desenvolvimento de parcerias, aproveitando a expertise russa no tema e buscando investimentos em estudos para o conhecimento do potencial mineral brasileiro. Atualmente, o Brasil possui a 7ª maior reserva de urânio no mundo, apesar de conhecer apenas 26% do seu subsolo.
“Estamos dando início ao novo processo de estruturação da energia nuclear brasileira, uma energia firme e com baixo impacto ambiental. O presidente Lula está liderando, com firmeza, o renascimento da energia limpa no Brasil. A política pública de urânio do Brasil fará o mesmo com a energia nuclear, de forma responsável, segura, sustentável e benéfica para o povo brasileiro”, afirmou o ministro.
Segundo o ministro, o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil pode trazer vários usos benéficos para a nossa indústria, para os sistemas isolados e para o crescimento econômico e tecnológico brasileiro. Silveira tem liderado discussões sobre a energia nuclear com os Estados Unidos, a Austrália e também com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
“Os pequenos reatores nucleares podem reduzir o custo com transmissão de energia elétrica e aumentar a segurança do atendimento em regiões com sistemas isolados. Para isso, é preciso acelerar a cadeia de mineração de urânio, desde a pesquisa, lavra e concentração até o desenvolvimento da cadeia energética com a produção de combustível nuclear”, explicou Silveira.
O crescimento do setor nuclear em escala global é uma realidade. Atualmente, existem cerca de 60 reatores nucleares em construção no mundo todo e muitos em planejamento. Além disso, existe também o compromisso internacional firmado na COP 28, em Dubai, onde 22 países se comprometeram a triplicar a geração nuclear até 2050.
Parcerias
Durante a reunião com a Rosatom, foi construído um cronograma de trabalho junto à empresa. A expectativa é de que, até o final de 2025, o grupo de trabalho chegue a um acordo final para a cooperação na área nuclear.
“Contamos com a experiência da Rosatom para uma cooperação positiva e equilibrada entre as empresas brasileiras e russas. Que nosso objetivo conjunto gere crescimento tecnológico robusto e seguro”, disse o ministro.
De acordo com a delegação do país europeu, há potencial de 1,1 GW de geração nuclear no Brasil até 2035, sendo 0,6 GW na modalidade onshore, com 12 reatores, e 0,5 GW offshore, com 10 reatores.