Os Auditores-Fiscais intensificarão a operação-padrão nas aduanas, ampliando a visibilidade da greve por tempo indeterminado iniciada no dia 26 de novembro. A estratégia foi discutida durante a reunião realizada, na tarde desta terça-feira (7), entre Direção Nacional, Comando Nacional de Mobilização (CNM) e cerca de 120 Auditores-Fiscais aduaneiros. A categoria reivindica o reajuste do vencimento básico, em cumprimento ao acordo assinado pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI).
O presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Dão Real, destacou o papel das aduanas na mobilização, uma vez que a operação-padrão afeta grupos econômicos que podem pressionar o governo federal. Além disso, a ação em portos e aeroportos tem grande visibilidade na imprensa.
“Vamos fortalecer a pressão ao governo e as articulações, o trabalho parlamentar e a interlocução com o ministro Fazenda”, afirmou. Na terça-feira (7), a Direção Nacional encaminhou novo ofício ao ministro Fernando Haddad solicitando audiência para tratar da urgência do reajuste do vencimento básico dos Auditores-Fiscais (veja matéria aqui).
O presidente da entidade reforçou a importância da participação de todos os Auditores-Fiscais na greve e conclamou os recém-ingressos a se engajarem no movimento. “A recomposição das perdas é uma luta presente e permanente do sindicato”, destacou.
O coordenador do CNM, Auditor-Fiscal Marcus Dantas, afirmou que é grande o sentimento de indignação da categoria, que não foi incluída na medida provisória encaminhada pelo governo ao Congresso. “Precisaremos de disposição de luta para sermos reconhecidos”, salientou ele, destacando que a luta é pelo reajuste do vencimento básico, mas também pelo respeito ao modelo remuneratório dos Auditores-Fiscais, que inclui o bônus de eficiência, resultado de acordo salarial definido em 2016 e regulamentado em 2023.
Durante a reunião, foi ressaltada a importância das aduanas para que os efeitos da greve sejam sentidos de maneira efetiva e afetem segmentos econômicos que tenham relevância política. Em dezembro, os impactos da operação-padrão motivaram associações representativas do comércio exterior, transporte e logística a enviarem ofícios aos ministros da Fazenda, Planejamento e Gestão, manifestando preocupação com a greve da categoria, que tem comprometido operações de desembaraço aduaneiro e afetado a segurança e a eficiência das atividades de transporte expresso e internacional.
Além das reuniões setoriais que ocorrem no decorrer desta semana (veja agenda aqui), serão visitadas oito unidades aduaneiras, nos dias 15, 16, 22, 23, 29 e 30 de janeiro: Uruguaiana, Foz do Iguaçu, Itajaí, Viracopos, Cumbica, Galeão, Recife e Manaus.