MDIC realiza segunda edição do estudo sobre a participação de mulheres no comércio exterior

Embora tenha havido avanços nos últimos anos, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos para ocupar espaços de liderança.

Publicado em 31/03/2025 14h32

As mulheres estão conquistando mais espaço no comércio exterior brasileiro, mas ainda enfrentam desafios para alcançar maior equidade. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulga nesta segunda-feira (31/3), a segunda edição do estudo Mulheres no Comércio Exterior – Uma análise para o Brasil, que mostra que a participação feminina tem crescido mais entre empresas exportadoras e importadoras do que entre as empresas que atuam apenas no mercado doméstico.

A primeira edição do estudo, lançada em 2023, trouxe diagnóstico inédito sobre o tema no país. A segunda edição ampliou a abordagem do estudo ao investigar novos aspectos da relação entre gênero e comércio, incluindo dados de liderança. 

“O MDIC está atento à evolução da participação feminina no comércio exterior. E, por isso, investe no estudo para identificar políticas públicas que estimulem a maior diversidade no setor”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.

No período avaliado pelo estudo, o percentual de mulheres nas empresas exportadoras subiu de 29,2% para 31,8%, e nas importadoras, de 32,5% para 34,7%. No mercado interno, o crescimento foi mais modesto, passando de 40% para 40,6%. Apesar do avanço, apenas 14,5% das exportadoras têm maioria feminina no quadro societário, e somente 2% do total exportado pelo Brasil vêm de empresas lideradas por mulheres.

“A redução das barreiras enfrentadas por mulheres empreendedoras e trabalhadoras pode impulsionar a diversificação das exportações brasileiras, aumentar a competitividade das empresas e fortalecer o crescimento econômico sustentável”, destacou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. “Ao trazer novos dados e análises sobre a inserção feminina no comércio exterior, o estudo contribui para o desenho de políticas públicas que ampliem a equidade de gênero no setor”, completou.

O novo estudo foi feito com base em microdados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Receita Federal do Brasil (RFB). Em 2022, último ano da série histórica com dados de emprego disponíveis, cerca de 3 milhões de mulheres trabalhavam nas empresas exportadoras ou importadoras brasileiras.

O estudo também revelou que as empresas que atuam no comércio exterior pagam salários mais elevados às mulheres em comparação com as firmas que atuam apenas no mercado interno, mas a desigualdade salarial ainda é significativa. Embora as empresas exportadoras e importadoras paguem, em média, salários mais altos, as mulheres ainda recebem de 23% a 27% menos que os homens nessas firmas. Para cargos de direção, a diferença salarial é menor no comércio exterior (26%) do que no mercado doméstico (53%).

O estudo mostrou ainda que a presença de mulheres em cargos de liderança nas exportadoras (22,5%) e importadoras (22,6%) é inferior à observada nas empresas voltadas ao mercado interno (38,6%). Justamente nesse espírito, o MDIC tem promovido ações para fortalecer a presença feminina no comércio exterior. Em parceria com a ApexBrasil, lançou o programa Elas Exportam, que incentiva o empreendedorismo feminino nas exportações. O tema também foi incluído na agenda do G20 sob a presidência brasileira em 2024 e também foi contemplado no acordo Mercosul-União Europeia, concluído em dezembro de 2024, reforçando o compromisso do Brasil com a equidade de gênero no comércio internacional.

Algumas alterações no estudo foram necessárias em função de mudança metodológica feita pelo MTE na apuração dos dados da RAIS.

Confira o  estudo completo AQUI.

Fonte: https://www.gov.br/mdic/pt-br/assuntos/noticias/2025/marco/mdic-realiza-segunda-edicao-do-estudo-sobre-a-participacao-de-mulheres-no-comercio-exterior

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