Durante o encontro, Brasil defendeu elegibilidade do milho de 2ª safra para produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês) e destacou potencial para liderar produção mundial para o setor.
Publicado em 05/03/2025 17h15
O Ministério de Minas e Energia (MME) participou, na última semana, da delegação brasileira que atuou nas discussões sobre o futuro dos combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês), sob o comando da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O evento do Comitê de Proteção Ambiental da Aviação (CAEP, na sigla em inglês) ocorreu em Montreal, no Canadá. O comitê faz parte da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), reúne especialistas de diversas partes do mundo e é o fórum em que se discutem as principais medidas ambientais relativas à aviação internacional, como emissões e fontes de ruído aeronáutico, além dos SAFs.
O comitê se reúne a cada 3 anos durante a preparação para a Assembleia da OACI, que também ocorre no mesmo intervalo e congrega os 193 países-membros para definir os caminhos da aviação civil internacional.
Dentre as pautas debatidas no tópico de combustíveis, estiveram as discussões sobre a elegibilidade do milho de 2ª safra do Brasil para produção de SAF, através da rota tecnológica Alcohol-to-Jet (ATJ), que transforma o etanol em combustível de aviação. O Brasil defende que este tipo de produção de milho é mais sustentável que o padrão, por utilizar terra que já produz soja e que, portanto, não demanda terras adicionais, reduzindo significativamente o risco de mudanças de uso da terra.
Além disso, foram debatidos os critérios de sustentabilidade e elegibilidade para os combustíveis sintéticos com elevado uso de eletricidade para produção. O Brasil, por ser um país tropical com alto índice de insolação e de disponibilidade de ventos, além de possuir uma matriz elétrica altamente renovável, é considerado um país com muito potencial para produção de SAF através das rotas sintéticas e com grande uso de hidrogênio.