Alinhados à NIB, atos firmados durante visita do presidente Lula à Pequim reforçam cooperação em transformação digital e inteligência artificial.
Publicado em 13/05/2025 16h56 Atualizado em 13/05/2025 17h48
– Foto: Ricardo Stuckert
Durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim, Brasil e China firmaram 20 parcerias, nesta terça-feira (13), durante a cerimônia de assinatura de atos que reforçam a parceria entre os dois países. Entre os documentos, dois foram assinados pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, com foco no fortalecimento da cooperação em transformação digital, em sintonia com a Nova Indústria Brasil (NIB).
Um dos documentos é um memorando de entendimento com o objetivo de reforçar a cooperação em inteligência artificial (IA) entre os dois países, abrangendo cinco campos: reforço das bases para o avanço da IA; fortalecimento da cooperação tecnológica em IA; potencialização por meio de aplicações de IA; enfrentamento conjunto dos riscos de segurança da IA; e promoção da instrução pública em IA. Além disso, há a possibilidade de inclusão de outros temas na cooperação.
Economia Digital
O secretário executivo do MDIC também assinou carta de intenções com o Ministério do Comércio da China sobre investimentos na economia digital, envolvendo tanto infraestrutura quanto serviços. Alinhada à NIB, a ideia é buscar por oportunidades de complementaridades nas cadeias da economia digital de ambos os países, envolvendo governos, empresas e institutos de pesquisa e tecnologia.
A parceria inclui a construção de infraestruturas da economia digital, promovendo digitalização e a conectividade; de redes de comunicação, como redes banda larga; de capacidade computacional, como centro de dados e computação em nuvem, bem como infraestruturas verde e de baixo carbono, que envolve geração de energia fotovoltaica; e inteligente, para inteligência artificial e cidades inteligentes.
Brasil e China também se comprometeram a apoiar empresas de ambos os países no fortalecimento da cooperação em transformação digital industrial, economia baseada em dados e desenvolvimento de tecnologias emergentes. O acordo prevê ainda estímulos a parcerias nos setores de mídia digital, como jogos eletrônicos, conteúdos audiovisuais e plataformas de streaming.
Além disso, os dois países buscarão fomentar novos modelos de economia digital por meio de tecnologias interativas inteligentes, incluindo 5G, Internet das Coisas, inteligência artificial, big data e plataformas digitais, com aplicação em áreas estratégicas como manufatura avançada, comércio, logística, transporte, finanças, educação e saúde.
Investimentos
Durante a quarta visita de Estado à China, o Brasil celebrou a atração de investimentos chineses, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), na ordem de R$ 27 bilhões, em audiências que contaram com a participação do secretário executivo do MDIC.
Entre eles, o encontro com o Grupo Envision, que anunciou investimento de R$ 5 bilhões no Brasil e a assinatura de Memorando de Entendimento com a Apex-Brasil com foco em energia sustentável e energia verde.
Elias Rosa também acompanhou o presidente Lula em reunião com Chen Defang, presidente da Norinco, uma das maiores empresas de defesa e engenharia da China. A empresa manifestou interesse em estabelecer uma parceria com o Brasil para soluções de segurança pública e cidades inteligentes.
Ainda na segunda-feira (12), o secretário participou de encontro com o CEO do Grupo GAC, Feng Xingya, que confirmou investimento de US$ 1 bilhão no Brasil até 2030. A quinta maior montadora da China planeja instalar fábrica e centro de P&D no país, com foco em veículos elétricos, híbridos e híbridos-flex, alinhando-se ao Programa MOVER.
Também foi realizada reunião com representantes da Windey Energy, que firmará Memorando de Entendimento com o SENAI-CIMATEC para cooperação tecnológica em energia eólica e armazenamento. A parceria viabilizará a criação de um centro de P&D em Salvador/BA, fortalecendo a inovação no setor de renováveis.
Veja também
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