Primeiro dia de seminário sobre papel do Brics ocorre na UnB

Organizado pelo Ministério da Fazenda, evento foi aberto com participação da Secretaria de Assuntos Internacionais da Fazenda.

Publicado em 28/05/2025 11h26 Atualizado em 28/05/2025 15h49

Ocorre nesta terça e quarta-feira (27/5 e 28/5), o seminário “Brics – Força Transformadora”, no Instituto de Relações Internacionais (Irel) da Universidade de Brasília (UnB). O evento foi organizado pelo Ministério da Fazenda em parceria com o Irel-UnB. O primeiro dia de evento reuniu autoridades governamentais, especialistas do meio acadêmico e representantes da sociedade civil no Memorial Darcy Ribeiro. 

A secretária de Assuntos Internacionais, embaixadora Tatiana Rosito, participou da sessão de abertura do seminário, na qual destacou a atuação da equipe responsável pela coordenação da participação social no pilar financeiro do Brics. “Esse evento representa uma continuidade do esforço que fizemos ano passado durante a presidência do G20. Nos pareceu que era preciso manter esse trabalho no Brics”, disse. Em um “mundo de desafios e transição”, continuou Rosito, a articulação do conjunto de países do Brics tem uma dupla dimensão. “O Brics é um agente importante de transformação e, ao mesmo tempo, de estabilização. No sentido, sobretudo, da defesa do multilateralismo sem deixar de pontuar a assimetria entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento”, sintetizou.

A abertura do seminário reuniu ainda o representante da Secretaria Geral da Presidência da República, Gustavo Westmann; do Centro de Políticas Brics e Conselho Civil Brics, Ana Garcia; e o professor do IREL-UnB, Antonio Jorge Ramalho.

A primeira sessão de debates se debruçou sobre o papel do Brics na Economia Global, com a mediação da Subsecretária de Acompanhamento Macroeconômico e de Políticas Comerciais da Fazenda, Julia Braga, que destacou, como exemplo das potencialidades do agrupamento, a possibilidade de convergência para a “construção de regras de comércio internacional que preservem a possibilidade de desenvolvimento”.

A segunda sessão de debates teve como tema “Justiça Fiscal e Financiamento Climático a Caminho da COP 30”. Durante os debates da sessão, o chefe de projetos na Subsecretaria de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável, Vinicius Azeredo, destacou como o Brasil tem buscado buscar convergências com os países do Brics para a defesa de interesses comuns dos países em desenvolvimento no tema da transição climática, como a necessidade de ampliação do volume de recursos aplicados nos países em desenvolvimento. “A maior parte dos investimentos climáticos ainda está localizada nos países desenvolvidos. As ideias brasileiras estão ganhando força também através do Círculo de Ministros de Finanças da COP-30”, apontou. 

O Ministério da Fazenda está construindo, ao longo de 2023 e 2024, uma série de propostas, no âmbito do Novo Brasil – Plano de Transformação Ecológica e do Círculo de Ministros de Finanças, para finanças climáticas globais a serem apresentadas na COP30 em Belém, da qual o país é presidente. Destacam-se a Coalizão para Integração dos Mercados de Carbono e o Fundo Global Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que já estão em fase avançada de negociação com outros países. Além destas, a pasta tem trabalhado na reformulação dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e nos Fundos Verticais de Clima e Meio Ambiente para garantir a meta de U$1,3 trilhão mundial por ano para a transição climática justa em países em desenvolvimento. E em outra frente, tem trabalhado em uma “Super-Taxonomia” global, um dicionário usado por investidores, governo e sociedade para orientar o que é uma atividade sustentável a partir de parâmetros científicos e comuns a todos países.

A terceira sessão, última do primeiro dia, se dedicou à relação entre o Brics e a América do Sul. A embaixadora Daniela Arruda Benjamin lembrou que as relações com os dois conjuntos de países são prioridades da política externa brasileira. “É mais do que natural e necessário debater como estabelecer pontes entre essas duas agendas tão relevantes. Há muito potencial de caráter transformador nessa interação. Não se trata de escolher campos, mas de ter diálogos frutíferos”, sustentou. 

O segundo dia de seminário, nesta quarta-feira (28/5), dará continuidade aos debates, tendo mais duas sessões, além do encerramento: “Reforma nos Sistemas Monetário e Financeiro Internacional”; e “Desafios para um Financiamento de Proteção Social Igualitário e Sustentável”.

Fonte: https://www.gov.br/fazenda/pt-br/assuntos/noticias/2025/Maio/primeiro-dia-de-seminario-sobre-papel-do-brics-acontece-na-unb

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