Suframa discute integração logística com o Peru em Brasília

Reunião tratou das possibilidades de interligação logística e comercial entre o Peru e a Amazônia, que deverão ser intensificadas a partir da inauguração do porto de Chancay, no litoral peruano, prevista para novembro.

Suframa discute integração logística com o Peru em Brasília

Na avaliação do superintendente, uma alternativa para facilitar a rota multimodal Chancay-Manaus e a integração com os países do Pacífico americano e asiático, é o alfandegamento pleno do Porto de Tabatinga (Fotos: Paulo Cardoso/Câmara dos Deputados e Márcio Gallo/Divulgação)

O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, participou de uma reunião na Embaixada do Peru no Brasil, nesta quarta-feira (15), em Brasília, a convite do embaixador do Peru no Brasil, Rómulo Acurio. O objetivo do encontro foi discutir possibilidades de interligação logística e comercial entre o Peru e a Amazônia, que deverão ser intensificadas a partir da inauguração do porto de Chancay, no litoral peruano, prevista para novembro.

Reunião em Brasília para discutir integração logística com o Peru em Brasília

Durante a reunião, ficou definido que ainda neste semestre haverá um encontro na Suframa com os dirigentes do porto de Chancay, a Autarquia e representantes do Polo Industrial de Manaus (PIM). O objetivo é aprofundar as discussões sobre as novas rotas comerciais que beneficiarão ambos os países.

A cidade de Chancay, próxima à capital peruana, Lima, será um ponto estratégico para cargas que viajarão via multimodal até Iquitos, na fronteira com o Brasil. De Iquitos, as mercadorias seguirão pela rodovia Transoceânica, também conhecida no Brasil como rodovia do Pacífico, que integra as BR 364 (Limeira-SP – Rio Branco-AC) e BR 317 (Rio Branco-AC – Cobija, fronteira com o Peru). Dessa confluência, as cargas podem alcançar Porto Velho e, posteriormente, Manaus.

Suframa em reunião na capital federal

Atualmente, uma carga vinda da China para Manaus leva até 46 dias para chegar, percorrendo o oceano Pacífico, cruzando o canal do Panamá, navegando pelo oceano Atlântico e entrando no Brasil pela hidrovia do rio Amazonas. A nova rota, via Chancay, promete reduzir significativamente esse tempo.

Além disso, a nova via logística beneficiará as exportações de produtos do agronegócio brasileiro, especialmente os produtores de grãos do Centro-Oeste e Roraima, que poderão escoar suas produções por Manaus. Além disso, a previsão é de fortalecimento do comércio intrarregional sul-americano, com a facilitação de intercâmbio de mercadorias entre o Brasil, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana, Bolívia, entre outros. “Ou seja, todo mundo vai sair ganhando com Chancay porque vai facilitar a interlocução comercial entre os países sul-americanos”, observa o superintendente-adjunto Executivo da Suframa, Luiz Frederico Aguiar.

Entrada 

Na avaliação do superintendente da Suframa, uma alternativa para facilitar a rota multimodal Chancay-Manaus e a integração com os países do Pacífico americano e asiático, é o alfandegamento pleno do Porto de Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus), por ser uma porta de entrada natural na hidrovia do Rio Amazonas, situada na tríplice fronteira com o Peru e a Colômbia, localização estratégica para o fluxo comercial e transbordo de mercadorias. Com o alfandegamento, afirma Saraiva, a região Amazônica poderá se beneficiar significativamente, rompendo o isolamento das calhas do Alto Solimões e dos rios Juruá e Japurá, além de contribuir para a geração de emprego e renda e melhorar a logística das mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus.

“O início do funcionamento do Porto de Chancay no Peru, com a sua inauguração prevista para novembro deste ano, inaugura também a possibilidade de uma nova rota que vai baratear muito os custos e as operações de carga e descarga no Porto de Manaus e na Amazônia. Ao reduzir o tempo total de trânsito das cargas, vai aumentar a competitividade da Zona Franca de Manaus”, explicou Saraiva.

Ganho
Também participaram da reunião o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, o deputado federal Sidney Leite, a diretora executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Vanessa Grazziotin, e o coordenador-geral de Patrimônio Genético do MDIC, Rafael de Sá Marques.

“Essa discussão de uma outra rota para que pudéssemos aproximar o Atlântico do Pacífico é um ganho não só para a Amazônia, mas para o Brasil como um todo. Lembrando que hoje, 40% do escoamento de grãos do Brasil é realizado pelo agro no norte. Com essa alternativa, nós poderíamos ter um ganho, aliado à reforma tributária, para a Zona Franca de Manaus, para com os países vizinhos e, principalmente, por ser uma nova rota para a Ásia para o escoamento do agronegócio”, destacou Sidney Leite.

Reunião na Embaixada do Peru no Brasil

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