Ministério da Saúde participa da 4ª Conferência Ministerial Global de Alto Nível sobre Resistência Antimicrobiana, em Jeddah, na Arábia Saudita, representado pela secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
Foto: Fernanda Manara/MS
No início de setembro, o Brasil discutiu o uso indiscriminado de antimicrobianos na saúde humana, animal e nos meios de produção agroalimentares, durante a 4ª Reunião do Grupo de Trabalho da Saúde do G20, em Natal (RN). No final daquele mês, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, Estados Unidos, os países-membros assinaram a Declaração Política da Reunião de Alto Nível sobre Resistência Antimicrobiana. Agora em novembro, os países se reúnem para apresentar suas ações em andamento e alinhar a resposta global à resistência antimicrobiana (RAM).
A Declaração Política articula uma resposta multissetorial coordenada, reforça a importância de pesquisa e inovação e de uma vigilância contínua, além de prever financiamento adequado para essas ações.
Durante a 4ª Conferência Ministerial Global de Alto Nível sobre Resistência Antimicrobiana, realizada em Jeddah, na Arábia Saudita, de 14 a 16 de novembro, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel – que representou o Ministério da Saúde no evento – participou de painel com líderes mundiais sobre o aprofundamento no diagnóstico em RAM. No dia 15, a secretária fez um balanço sobre o fortalecimento das ações globais contra a RAM, desenvolvidas durante a presidência do Brasil no G20, em 2024. Como coordenadora do Comitê Técnico Interministerial do Brasil sobre Uma Só Saúde, ela destacou a necessidade da prevenção e controle de ameaças à saúde, por meio de abordagem integrada e cooperativa que reconheça a conexão entre a saúde humana, a saúde animal, a saúde vegetal e a saúde ambiental. De acordo com a secretária, “o comitê Uma Só Saúde tem a RAM como prioridade para as ações colaborativas entre as instituições, e vem sendo planejado o primeiro inquérito brasileiro sobre RAM, integrando dados de humanos, animais e do meio ambiente”.
Na Presidência do G20, de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024, o Brasil sediou a Cúpula de Líderes do grupo em novembro de 2024, no Rio de Janeiro. Na ocasião, foram apresentados os acordos negociados ao longo do ano e apontados os caminhos para lidar com os desafios globais. Durante a presidência brasileira, as principais questões trabalhadas pelo G20 foram RAM, Uma Só Saúde e mudanças climáticas.
Ameaça global
Segundo estudo publicado na revista The Lancet, em 2022, estima-se que ocorreram 4,95 milhões de mortes associadas à RAM bacteriana em 2019 em todo o mundo. A pesquisa afirma ainda que a RAM é uma das principais causas de morte mundialmente, com as maiores cargas em ambientes de poucos recursos.
Países-membros do G20
Fazem parte do G20 os países mais industrializados do mundo: Brasil, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia –, além da União Europeia e União Africana.
Swelen Botaro
Ministério da Saúde